sexta-feira, 16 de abril de 2010

Cartas de uma suicida.


O vento bate de leve no meu rosto e trás consigo algumas pequenas gotas de chuva, que se misturam junto ás lágrimas. Lágrimas de dor, culpa, arrependimento, saudade, eu sei que tinha um missão na terra e também sei que fracassei. Não só em minha missão em sim, em várias outras coisas também. Eu amei. Cegamente. A pessoa errada. Fui a culpada da separação dos meus pais, papai saiu de casa antes mesmo de saber que teria uma menina como filha [ele não suportava o fato de que um dia, ia ter mais responsabilidades] e minha mãe chora todos os dias desde então. Sofro com anorexia e vício em drogas, porém não aguento mais. Quem está lendo isso pode pensar que eu sou uma covarde, uma imbecil, egoísta que só quer chamar a atenção. Mas não. Eu só quero o melhor tanto pra mim quanto para todos os que estão ao meu redor, que é acabar logo com isso. Pra alguns a morte seria um castigo, pra mim... um alívio. Eu sei que eu vou para um lugar melhor. Outra brisa um pouco mais forte me causa um arrepio na espinha, um frio na barriga, é isso, lá vou eu. Ao contrário do que pensava, não estou apreensiva, nem ao menos curiosa com relação ao que irei encontrar do outro lado. Não sei se verei anjos, demônios, paraíso, inferno... mas tenho certeza que encontrarei o meu final feliz.

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