sexta-feira, 23 de julho de 2010

Uma dor sem cura.


Por muito tempo andei imaginando como descrever uma coisa que não pode ser descrita, uma dor como essa é apenas sentida, com palavras ela não pode ser expressada, é praticamente impossível. Não é a mesma coisa, o sentimento é mais forte que qualquer palavra, mas tentar descrever essa dor, em minhas palavras, seria como levar um tiro. É uma dor inesperada, às vezes basta dizer apenas uma palavra para que o tiro se dispare. A bala penetra na pele, abrindo um buraco e queimando tudo até alcançar seu alvo, o coração. Ela o perfura como fez com a pele, mas nesse caso é diferente, o coração é um órgão vital, com uma bala perfurando o nós morremos na hora, mas nesse caso essa bala é pequena demais pra matar, apesar de conseguir fazer um estrago enorme. Ela queima quando perfura, impedindo o buraco de cicatrizar totalmente, e nem que o tempo passe e passe é possível que essa ferida sare. O sangue perdido não é recuperado, a bala se aloja ali e a dor sempre permanece. O pior de tudo é que a bala em questão não é uma dessas balas de verdade, que saem das armas com o objetivo de matar. Essa é umabala invisível, que queima sempre quando é lembrada. Fazemos de tudo pra esquecer e deixar passar, mas na memória as coisas ficam. Essa bala pode ser uma palavra, ou uma frase, ou até mesmo um simples ato. Porque as palavras acabam conosco, frases nos ferem e alguns atos, muitas vezes impensados, nos magoam e essa mágoa muitas vezes é difícil de ser perdoada. Um simples "não" ou "acabou" às vezes podem ser a bala que nos machuca. Uma perda, uma decepção. Várias coisas podem nos ferir de maneiras inimagináveis, ninguém é capaz de entender essa dor, mas uma coisa é certa, ela não passa. Nunca vai passar.

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